Índio supera adversidades e preconceitos e conclui mestrado na UnB
Makaulaka Mehináku Awetí tem 34 anos e seu povo vive no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso
A entrada de alunos indígenas nas universidades brasileiras, apoiada pelo sistema de cotas sociais, tem permitido avanços importantes que vão além da promoção da diversidade no curso superior. A história de Makaulaka Mehináku Awetí, 34 anos, é exemplo disso. Na última semana, ele concluiu o curso de pós-graduação na Universidade de Brasília, com um trabalho sobre a estrutura linguística do idioma homônimo de seu povo, os Mehináku, que vive no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.
Para o agora mestre, a conquista é um avanço histórico. “As línguas indígenas, de modo geral, estão sob análise dos linguistas não indígenas. Ser pesquisador da minha língua coloca o índio como protagonista de sua história”, define. Especialistas no tema concordam com Makaulaka e acreditam que a presença cada vez mais frequente de índios na academia, não apenas como fontes de trabalhos, é sintomática.
Na opinião da orientadora do projeto de Makaulaka e representante do Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas (Lali/IL) da UnB, Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, a importância de aproximar os indígenas da universidade supera o rico intercâmbio de culturas e de pontos de vista. “Eles se encantam ao entender com o olhar de linguista, as estruturas de sua língua e as funções que cada elemento que a constitui tem ao expressar sentimentos, emoções, pensamento e cultura de um modo em geral”, explica.
Fundado em 1999, o Lali esperou 10 anos até a primeira defesa de dissertação de mestrado de um indígena. Em 2009, Edílson Baniwa defendeu projeto sobre o idioma nhegatu, do povo baniwa, que vive no Alto Solimões, no Amazonas. Desde então, há uma seleção especial, na qual os índios não precisam fazer provas de inglês, pois o português já é a segunda língua deles.
Para o agora mestre, a conquista é um avanço histórico. “As línguas indígenas, de modo geral, estão sob análise dos linguistas não indígenas. Ser pesquisador da minha língua coloca o índio como protagonista de sua história”, define. Especialistas no tema concordam com Makaulaka e acreditam que a presença cada vez mais frequente de índios na academia, não apenas como fontes de trabalhos, é sintomática.
Na opinião da orientadora do projeto de Makaulaka e representante do Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas (Lali/IL) da UnB, Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, a importância de aproximar os indígenas da universidade supera o rico intercâmbio de culturas e de pontos de vista. “Eles se encantam ao entender com o olhar de linguista, as estruturas de sua língua e as funções que cada elemento que a constitui tem ao expressar sentimentos, emoções, pensamento e cultura de um modo em geral”, explica.
Fundado em 1999, o Lali esperou 10 anos até a primeira defesa de dissertação de mestrado de um indígena. Em 2009, Edílson Baniwa defendeu projeto sobre o idioma nhegatu, do povo baniwa, que vive no Alto Solimões, no Amazonas. Desde então, há uma seleção especial, na qual os índios não precisam fazer provas de inglês, pois o português já é a segunda língua deles.
Fonte: Correio Braziliense
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